domingo, junho 17, 2012

Nova Democracia de Antonis Samaras, vence eleições gregas e fará governo de coligação "pró-europeu" com PASOK...

Com 99,83% dos votos contados, a direita conservadora grega garantiu a possibilidade de formar um governo de coligação, após vencer hoje (ontem) um escrutínio muito disputado e seguido com particular atenção pelos círculos políticos e financeiros internacionais... numa  (União) Europ(ei)a à beira de um ataque de nervos!
Com os partidos de esquerda eleitos para o parlamento grego a obterem 49,92% dos votos, ainda que isso pouco signifique já que o que estava em causa nesta eleições era menos se a esquerda ou a direita ganhava as eleições, mas se os partidos disponíveis para assinar pacto de austeridade tinham mais votos ou se seriam os que se opunham ao mesmo e nesta debate, nesta particular "batalha", ganharam os partidos disponíveis a aceitar a ajuda externa com todas as suas implicações.
O eleitorado grego foi seduzido por um apelo ao voto útil concentrando os votos nos dois partidos mais votados nas eleições de Maio, a Nova Democracia e a Coligação de Esquerda Radical, continuando a penalizar ainda mais o PASOK. 170 mil votos separam os dois partidos mais votados e apenas 2,77%, mas lei eleitoral grega que favorece o partido mais votado, dando-lhe mais 50 deputados, o que dá uma diferença de votos para a ND de 58 deputados, sem esse mecanismo que pretende favorecer governos de maioria seriam apenas 8. O eleitorado grego contribuiu assim para facilitar a formação de um Governo, falta agora os políticos gregos entenderem-se, com sete partidos representados no parlamento, um deles já de si uma coligação de inúmeras forças políticas, o Syriza (coligação de 12 movimentos políticos), não será tarefa fácil.

A Nova Democracia (ND) de Antonis Samaras obteve 29,66% (18,5% em Maio), assegurando 129 dos 300 lugares de deputados, incluindo o "prémio" de 50 deputados concedido ao partido que garante a primeira posição.
Samaras convidou todos os partidos «pró-europeus», ou seja, disponíveis para assinar pacto de austeridade que garante apoio externo,  a participar num «governo de união» dirigido pela ND.
Com o PASOK (socialista, centro-esquerda), que obteve 12,28% e 33 lugares (menos 0,9% e menos 8 deputados, agravando resultado das últimas eleições), a ND garantindo a tão ambicionada maioria absoluta de 162 lugares, que lhe permitirá fazer aprovar as reformas necessárias exigidas pelos credores internacionais (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) para o prosseguimento dos empréstimos financeiros num país em profunda crise económica.
O líder do PASOK, Evangelos Venizelos, apelou para a formação de uma ampla coligação que também integre as formações à sua esquerda, talvez para garantir não só um governo com maior apoio parlamentar, mas também para compensar o peso da direita que liderará futuro Governo.
Pelo que pequeno partido pró-euro Esquerda Democrática (Dimar), que garantiu 6,25% e 17 deputados (6,27% e 19 deputados, em Maio), poderá juntar-se à coligação de Governo.
Este segundo escrutínio em menos de dois meses, após as inconclusivas eleições de 6 de Maio, confirmou a radicalização interna e uma nova bipolarização, com a fragmentação do centro-esquerda, em perda para a esquerda.
À semelhança do que sucedeu há seis semanas, o escrutínio confirma a desagregação do velho bipartidarismo (PASOK e ND) que dominou o país desde o regresso da democracia em 1974 (depois da  ditadura militar, a Ditadura dos Coronéis: 1967-1974), ilustrada pela recusa dos gregos em aceitar a políticas de austeridade e a velha classe política clientelista, considerada responsável pelo colapso do país.
À esquerda, a Syriza, inimiga das políticas de austeridade, prosseguiu um forte crescimento eleitoral ao obter 26,89% (16,78% em Maio) e consolidou a posição de segundo maior partido da Grécia.
O líder, Alexis Tsipras, reconheceu a derrota, mas rejeitou a ideia de integrar uma coligação de "unidade e salvação nacional".
O partido neonazi Aurora Dourada (Chryssi Avghi) resistiu com 6,92% votos e 18 lugares (6,97%, 21 deputados em Maio, quando pela primeira vez conseguiu representação parlamentar na história moderna da Grécia).
Uma das grandes surpresas destas eleições antecipadas foi resultado do Partido Comunista Grego (KKE), que perdeu metade dos eleitores, com apenas 4,5%  (12 lugares), contra 8,48% e 26 deputados.
O sétimo partido a obter representação no hemiciclo, e como sucedeu há seis semanas, foram os Gregos Independentes, uma formação nacionalista e conservadora que resultou de uma cisão da ND liderada por Panos Kammenos, com 7,51% e 20 deputados (10,61% em Maio, 33 deputados eleitos em Maio), um dos prejudicados agora pelo efeito do voto útil, também poderá ter uma palavra nos jogos políticos de bastidores que já se iniciaram em Atenas.
A extrema-direita no seu conjunto perde votos, já que o LAOS que ficara à beira do parlamento grego em Maio, com 2,9% (abaixo dos 3% necessários), perdeu metade do seu eleitorado, ao passo que o Aurora Dourada se de alguma forma consolidou a sua posição, perdeu votos e 3 deputados. Outro partido que ficara à porta do parlamento em Maio, os Ecologistas Gregos, perdeu 2/3 do eleitorado, com 0,88%, contra os 2,93% de Maio.

A participação eleitoral foi de 62,47% dos votos.

Todos os resultados, aqui.

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Socialistas franceses vencem legislativas

PS francês com maioria na Assembleia Nacional francesa, com mais de 40% dos votos. Direita em queda, extrema-direita penalizada.
Nova vitória socialista do PS liderado por François Hollande, recentemente eleito Presidente da República Francesa.

Ver aqui todos os resultados.

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Eleições gregas Junho 2012: resultados em directo

Ver aqui.

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Grécia a votos, hoje! Nossos votos...

"A Grécia nas Ruínas de Missolonghi", óleo sobre tela de Eugène Delacroix, 1826

Os eleitores gregos voltam hoje à urnas, que o voto do povo grego possa contribuir para o mitigar da crise e para não aumentá-la.
Seja qual for o resultado, com ou sem maioria de um só partido, faço votos que saia destas eleições uma maioria parlamentar, a bem da Grécia...
Que os eleitores confrontados com o boletim de voto, perante as escolhas que tem, vote a pensar no futuro do seu país, independentemente das pressões externas ou dos desejos de quem quer decidir o futuro do seu país por eles.

É preciso dizer BASTA a alguns líderes de alguns Estados querem decidir pelos povos de outros países: se devem ou não devem fazer referendos (e já agora aconselhando Sim ou Não, neles), se devem ou não devem ir a votos, se devem ou não devem pedir ajuda externa...

Um desejo que não posso deixar de manifestar, que a extrema-direita grega que quer "varrer" os estrangeiros dos empregos, das escolas e dos hospitais... do país, enfim, seja ela "varrida" do parlamento grego.

Sobre as últimas eleições gregas em Maio, ver aqui.

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segunda-feira, junho 04, 2012

Sobre as lideranças políticas e as outras...

«Quero falar-lhe francamente. Fiz sempre isto com os homens que respeito e aprecio, por muito grandes que eles sejam […] Pois há momentos em que alguém tem de ter a coragem de lhe dizer frontalmente o que outros estão a pensar atrás das suas costas […] A sua forma de tratar as pessoas […] é uma coisa que nos preocupa muito. Existem assuntos em que o senhor não tolera qualquer contradição, nem sequer o mais pequeno debate […] O seu tom faz os seus interlocutores temerem que qualquer divergência da parte deles só possa resultar de estupidez ou falta de patriotismo. Há sem dúvida uma certa grandeza na imperiosidade dos seus modos que leva demasiados dos seus colaboradores a entrarem no seu gabinete a tremer de medo […] mas isto também é perigoso. Significa que os membros menos impressionantes do seu círculo pessoal se limitam a repetir o que o senhor quer ouvir; os piores adulam-no descaradamente; e o senhor aliena pessoas de verdadeira qualidade […] Por isso decidi implorar-lhe que faça o esforço necessário enquanto ainda há tempo […] O senhor tem de tentar desenvolver relações mais humanas com as pessoas que querem servi-lo, pedir as suas opiniões, analisar os seus conselhos.»
dito por Pierre Brossolette (N. Paris, 25/06/1903 – M. Paris, 22/03/1944) [um líder da Resistência francesa durante a II Guerra mundial, a carta tinha como destinatário Charles De Gaulle], citado por Julian Jackson, em “De Gaulle”, trad. Isabel Veríssimo. 1.ª ed. Alfragide: Texto Editores, 2010. ISBN: 978-972-47-4266-3.

Citação dedicada a muitos líderes do tipo... chamemos-lhes assim... "gaulistas"!

Nota:
Ainda sobre Pierre Brossolette.

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