segunda-feira, junho 04, 2012

Sobre as lideranças políticas e as outras...

«Quero falar-lhe francamente. Fiz sempre isto com os homens que respeito e aprecio, por muito grandes que eles sejam […] Pois há momentos em que alguém tem de ter a coragem de lhe dizer frontalmente o que outros estão a pensar atrás das suas costas […] A sua forma de tratar as pessoas […] é uma coisa que nos preocupa muito. Existem assuntos em que o senhor não tolera qualquer contradição, nem sequer o mais pequeno debate […] O seu tom faz os seus interlocutores temerem que qualquer divergência da parte deles só possa resultar de estupidez ou falta de patriotismo. Há sem dúvida uma certa grandeza na imperiosidade dos seus modos que leva demasiados dos seus colaboradores a entrarem no seu gabinete a tremer de medo […] mas isto também é perigoso. Significa que os membros menos impressionantes do seu círculo pessoal se limitam a repetir o que o senhor quer ouvir; os piores adulam-no descaradamente; e o senhor aliena pessoas de verdadeira qualidade […] Por isso decidi implorar-lhe que faça o esforço necessário enquanto ainda há tempo […] O senhor tem de tentar desenvolver relações mais humanas com as pessoas que querem servi-lo, pedir as suas opiniões, analisar os seus conselhos.»
dito por Pierre Brossolette (N. Paris, 25/06/1903 – M. Paris, 22/03/1944) [um líder da Resistência francesa durante a II Guerra mundial, a carta tinha como destinatário Charles De Gaulle], citado por Julian Jackson, em “De Gaulle”, trad. Isabel Veríssimo. 1.ª ed. Alfragide: Texto Editores, 2010. ISBN: 978-972-47-4266-3.

Citação dedicada a muitos líderes do tipo... chamemos-lhes assim... "gaulistas"!

Nota:
Ainda sobre Pierre Brossolette.

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