quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Ainda a questão dos "cartoons"

Cartonistas provocadores!
Não é isto que importa e provocadores existem muitos, uns pagos, outros incitados e outros sem dar cavaco a ninguém. Importará isto?
O que interessa é que há pessoas que são mais provocáveis como do que outras. Entre democratas e terroristas, não podem ser sempre os primeiros a ceder para "converter" os outros.
Não sou inocente, tenho lido as entrevistas de muitos líderes fundamentalistas e integristas, ouvido os discursos do Presidente iraniano e do Hamas. Não há margem para dúvidas, estes só não não matam todos os que não pertencem ao Islão se não conseguirem.
Sobre a questão nuclear a minha posição é clara: quem tem armas nucleares não tem legitimidade para dizer a quem as quer obter que não pode fazê-lo, teriam se eles próprios abdicassem delas. Quem fala de armamento, fala da energia "supostamente" para fins pacíficos, pois o discurso iraniano não pode sossegar ninguém.
Para concluir, por agora, 3 casos:
1) o cartoon de António no Expresso sobre o Papa João Paulo II, provocou muito indignação, mas nada que se assemelhe à violência muçulmana;
2) a destruição dos Budas no Afeganistão é certamente muito mais ofensiva do que um milhão de cartoons e os budistas não tiveram a mesma reacção que os muçulmanos;
3) aquele caso numa TV brasileira em que um "pastor" cristão (penso que da IURD, já não me lembro) partiu uma estátua da Virgem Maria, para provar que uma imagem não vale nada (discussão para outra altura), também não é menos ofensivo que os cartoons e a reacção uma vez mais não é comparável.
Vitalino Canas, Sócrates e Freitas do Amaral (e eu sou militante do PS), só para citar alguns, não podem compara cartonistas a bombistas.
No tempo de Salazar, quem proclamasse a Liberdade era preso. Sabia que isso lhe iria acontecer.
Provocador certamente! E, no entanto, que crime cometeria? O regime não permitia essas "liberdades".
Os democratas terão sempre de enfrentar as sensibilidades "à flor da pele" dos que odeiam a Democracia.
Luís Norberto Lourenço

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Em Democracia à temas interditos? O caso dos "cartoons"

A censura, seja qual a forma como se apresente, é um mal para o desenvolvimento dos povos, das nações, dos cidadãos e dos Estados, quando este se preocupam positivamente com os cidadãos que servem.
Pode ser excomungado... quem comunga.
E não quem não comunga. Certo?
Trai alguma coisa quem pertence ao que é traído, se não pertencia não é traidor. Certo?
Os vários "direitos" confessionais valem para quem comunga de determinada religião, não pode obrigar todos.
A disciplina partidária, vale para os militantes dos respectivos partidos e não para todos.
Ou não será assim! Os estatutos dum clube obrigam os sócios do mesmo não toda a população do Mundo. Certo? Será a "lógica da batata". No entanto, muitos não percebem isto.
Todo um país deve ser punido por um acto (duvidoso, polémico, provocador, insensato, criador, mera opinião... escolham um ou vários ou proponham outros), dum jornal?
Deve um país pedir desculpa por não permitir ou não advogar a censura!? Só se combate o medo e o Terror não nos vergando a ele.
A sua lógica vencerá perante o nosso recuo, perante o nosso silêncio. Sou por um Estado em que não há senhores nem súbditos, só cidadãos, iguais perante a lei. Sou por um Estado que fomente a igualdade de oportunidades. É o primado da lei que deve vigorar não uma moral ou uma ética, seja ela da maioria, seja da minoria.
O que vale uma caricatura ou um "cartoon"? Mil palavras! Uma caricatura, critica uma determinada realidade, sintetizando-a, resumindo-a, não é um retrato (que pode ser retocado), nem uma fotografia (que poder ser manipulada), manifesta uma opinião que não por palavras, pelo menos não exclusivamente. Não é nem um livro, nem um artigo de opinião (quando muito poderia ilustrá-lo) ou texto científico.
Se se considerar ofensivo ou insultuoso determinado cartoon ou outra manifestação da opinião, em Democracia há tribunais que existem para fiscalizar o cumprimento ou não das leis em vigor. E se for o caso deverão actuar. Fora da acção dos tribunais existem muitas acções legítimas, legais e pacíficas para demonstrar o nosso descontentamento perante determinado facto. Isto num plano civilizado.
Quem ataca Estado e os cidadãos em geral, de forma despropositada e violenta não pode esperar compreensão.
Pode Israel e os países nórdicos em causa continuar a financiar projectos em países em que massas agridem e ameaçam os seus cidadãos e bens? Podem financiar indirectamente quem os quer matar?
Quem protesta é uma minoria? Onde estão as manifestções pacíficas criticando a violência dessa suposta minoria?
No País Basco, a cada atentado da ETA, seguem-se várias manifestações de milhares de cidadãos espanhóis nessa região espanhola, em Bilbau, Vitória... de várias centenas de milhares de pessoas (mesmo 1 milhão) apelando ao fim do terrorismo "etarra".
Do mundo muçulmano chegam-nos os protestos violentos e silêncio (complacente?), escasseiam verdadeiras manifestções de repulsa pela violência. É dificil não fazer generalizações quando a realidade não dá margem para evitá-las, não há outra realidade para relatar!
Ou não é assim e eu estou redondamente enganado. Se estiver, comentem. Com uma garantia, que um fundamentalista, defensor da censura, não lhe poderia dar, i. é, que o seu comentário não será censurado.
Luís Norberto Lourenço

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