sexta-feira, outubro 28, 2005

Sociedade demissionária


De "treinadores de bancada" está o nosso país cheio.
Muitos comentam e criticam, poucos dão a cara, quase sempre os mesmos!
Veja-se as presidenciais (e na corrida a outros cargos políticos)... várias personalidades, com notoriedade quanto baste, desejadas, com currículo profissional e político, com popularidade (a acreditar nas sondagens) e muitos apoios revelados em público, à direita e à esquerda, preferem o lugar, cómodo, bem pago, confortável, de crítico e sem responsabilidades, de comentadores nas televisões, nas rádios ou colunistas nos jornais!
Dar a cara? Não! Dá muito trabalho e assim passariam eles a ser os criticados!
O meu caro leitor, certamente, é sócio de pelo menos um clube ou duma qualquer associação: profissional, política, cultural, de bairro... mesmo accionista duma qualquer empresa.
Pois bem, costuma participar nas suas actividades? Participa nas Assembleias-gerais? Tem as suas quotas pagas?
Ontem participei numa Assembleia-geral do Albi Sport Clube de castelo Branco, onde fui um dos 14 participantes, onde sou o sócios 302, mais terá o Clube, eram mais de mil e cem quando me inscrevi! E os outros? Havia eleições, no entanto não se apresentaram listas, escolheu-se uma Comissão Administrativa (a 2.ª na história desta colectividade), o que, como se sabe, limita a sua acção e a concretização de projectos do mesmo. Até que apareça alguém…
Em Fevereiro deste ano participei numa AG do Clube de Castelo Branco, estávamos menos de 25, o Clube tem mais de 160 sócios com as quotas pagas! Onde estavam os outros? No almoço de aniversário do CCB, em Abril, estavam perto de 100 pessoas, certamente sócios, familiares e convidados (nem todos sócios porventura).
São conhecidas as dificuldades do Sport Benfica e Castelo Branco para encontrar quem queira tomar conta dele, as direcções continuam, por falta de alternativa, repetiram-se AG para se encontrar soluções.
São conhecidas as dificuldades do Desportivo de Castelo Branco, de que sou sócio, com quotas pagas, há muitos anos. Também é conhecida a fraca adesão às suas AG.
Tenho alertado vários responsáveis por diversos organismos para que divulgação das AG e das actividades das mesmas se processe de forma diferente, ainda assim, não sei se o cenário mudaria radicalmente.
À convocatória, publicada atempadamente nos jornais locais, à afixação da mesma nas instalações dos clubes, devia juntar-se a divulgação mais personalizada, via “e-mail” ou utilizando o serviço “mytmn”, o pode fazer-se a custo zero e se não há contactos, solicitem-nos!
Na verdade, devemos pensar que há sócios preocupados com a vida dos clubes e que no entanto estão a estudar, a trabalhar ou a residir fora da cidade, logicamente não vão assiduamente à sede do mesmo e nem sempre podem ler os jornais locais.
Tenho mais de 20 anos de sócio (tenho 32 de idade) dum Clube da cidade, sem que tenha recebido: via postal, “e-mail”, telemóvel ou qualquer outra informação sobre as actividades do mesmo, nomeadamente as convocatórias para as AG, muitas vezes, sei delas quando já ocorreram.
Também se podia falar da participação política! A conversa de café, o “mandar bocas e recados”, enviar papelinhos e mensagens enviadas para o correio electrónico, semeando boatos, é prática de gente sem coragem, gente que entra e sai calada duma AG, uma e outra vez, que nunca dá a cara.
Para que não sejam sempre os mesmos protagonistas das várias associações, é necessário que outros se preocupem, apresentem propostas de actividades, se disponham a colaborar nelas.

Luís Norberto Lourenço

Castelo Branco, 28 de Outubro de 2005

domingo, outubro 02, 2005

Eleições autárquicas: problemas locais

Dia 9 de Outubro de 2005, decorrem as eleições para o poder local, são aschamadas eleições autárquicas, através das quais se elegem: a nível concelhio,para a Câmara Municipal, o Presidente da Câmara e os vereadores e para aAssembleia Municipal, os deputados municipais, do qual sairá o Presidente da AM e a nível da freguesia, elegem-se os membros da Assembleia de Freguesia,donde sairá o Presidente da respectiva Junta e demais elementos, sendo este o1.º da lista mais votada.
No próximo domingo, todos os cidadãos eleitores são chamados a votar, aescolher os seus melhores representantes a nível local, para melhor resolverproblemas e protagonizar projectos, para desenvolver as nossas terras.
A posição, face às conclusões, sobre os resultados das eleições autárquicas,muda consoante o partido que está no governo, é o nosso ou é outro. É uma análise meramente conjuntural e circunstancial. Mudando o governo, muda aopinião!Isto é, se o partido do Governo é o nosso, queremos que a leitura dum bomresultado autárquico (mais de 300 municípios, milhares de freguesias, cominúmeros particularismos locais, com diversas alianças, umas mais naturaisoutras menos…), se transforme num reforço do apoio do Governo e se for mau sefique por uma leitura meramente local.Se somos da oposição (hoje, não necessariamente ontem ou amanhã!), então umbem resultado do nosso partido é um castigo do governo (para o qual não sevotou…), se o nosso partido tem um mau resultado não de devem fazer leituras nacionais (porque já não interessa) e tudo se deve a questões locais!Isto não está certo, não é sério! Não é uma análise ética, moral oupoliticamente correcta, antes de mais não é verdadeira nem imparcial.
A verdade terá de ser sempre a verdade, independentemente da posição social,profissional, económica, politica, partidária ou outra, de quem a analisa.
As minhas opiniões a este respeito tentam ser equidistantes, alheando-me opossível da questão conjuntural e circunstancial: cada eleição tem umpropósito e uma ilação a retirar. Nas autárquicas, pretende-se escolher amelhor equipa, liderada pelo mais capaz, com o melhor programa. Ter isto tudo junto, por si só, não é fácil. Aqui entram em jogo vários factores: se entreos candidatos algum tem experiência autárquica e/ou executiva, se temexperiência política ou outra qualquer, se o actual presidente, da autarquiaem questão se recandidata, logo interessa saber se o seu trabalho merece serreconhecido com nova eleição ou censurado com a voto depositado noutro. É pois o trabalho autárquico e as propostas para um determinado município que estão em causa.
Não há lugar a qualquer espécie de leitura nacional e distrital a fazer?
Apesar de tudo o que disse, algumas existem!Tendo em conta, a forma como são escolhidos os candidatos às eleições locais(e às outras), isto é, escolhidos (ou pelo menos tolerados) pelos dirigentesnacionais dos diversos partidos, ouvidas as organizações regionais dos mesmose também as locais (nem sempre ouvidas… umas vezes bem outras não!), não sãosó os candidatos que vencem ou perdem, também quem os escolheu (com base emque critérios) terá de ser premiado ou responsabilizado pelos resultados.
Na minha opinião, é sobre este aspecto e apenas sobre este aspecto que resideuma análise para além da local.
A abstenção é a arma dos desistentes.
Não está bem informado? Informe-se.
Um voto não decide! Dizem.
Não!? Por quantos votos se venceram as últimas eleições em Idanha-a-Nova? Quantosvotos separaram as três primeiras listas nas últimas eleições na Sertã? Em Cantanhede, houve empate entre as duas listas mais votadas numas eleições! Porquantos votos Mário Soares derrotou Freitas do Amaral em 1986? Por quantos votos Santana Lopes venceu João Soares em Lisboa? Por quantos votos perdeu o Sim para o Não, no Referendo sobre a IVG, “aborto”? São apenas alguns exemplos…
O voto é a arma de quem acredita que o seu voto decide, que o seu voto podecontribuir para chegar a uma escolha melhor dos nossos representantespolíticos, de quem não tem medo de se dar bem… ou de se responsabilizar, severificar que afinal as escolhas não foram as melhores (porque por mais beminformados que pensamos estar, não temos as cartas todas na mão, só temosalguns dados).

Luís Norberto Lourenço
(Eleitor n.º 15833 da Freguesia de Castelo Branco)
P.S.
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