domingo, outubro 02, 2005

Eleições autárquicas: problemas locais

Dia 9 de Outubro de 2005, decorrem as eleições para o poder local, são aschamadas eleições autárquicas, através das quais se elegem: a nível concelhio,para a Câmara Municipal, o Presidente da Câmara e os vereadores e para aAssembleia Municipal, os deputados municipais, do qual sairá o Presidente da AM e a nível da freguesia, elegem-se os membros da Assembleia de Freguesia,donde sairá o Presidente da respectiva Junta e demais elementos, sendo este o1.º da lista mais votada.
No próximo domingo, todos os cidadãos eleitores são chamados a votar, aescolher os seus melhores representantes a nível local, para melhor resolverproblemas e protagonizar projectos, para desenvolver as nossas terras.
A posição, face às conclusões, sobre os resultados das eleições autárquicas,muda consoante o partido que está no governo, é o nosso ou é outro. É uma análise meramente conjuntural e circunstancial. Mudando o governo, muda aopinião!Isto é, se o partido do Governo é o nosso, queremos que a leitura dum bomresultado autárquico (mais de 300 municípios, milhares de freguesias, cominúmeros particularismos locais, com diversas alianças, umas mais naturaisoutras menos…), se transforme num reforço do apoio do Governo e se for mau sefique por uma leitura meramente local.Se somos da oposição (hoje, não necessariamente ontem ou amanhã!), então umbem resultado do nosso partido é um castigo do governo (para o qual não sevotou…), se o nosso partido tem um mau resultado não de devem fazer leituras nacionais (porque já não interessa) e tudo se deve a questões locais!Isto não está certo, não é sério! Não é uma análise ética, moral oupoliticamente correcta, antes de mais não é verdadeira nem imparcial.
A verdade terá de ser sempre a verdade, independentemente da posição social,profissional, económica, politica, partidária ou outra, de quem a analisa.
As minhas opiniões a este respeito tentam ser equidistantes, alheando-me opossível da questão conjuntural e circunstancial: cada eleição tem umpropósito e uma ilação a retirar. Nas autárquicas, pretende-se escolher amelhor equipa, liderada pelo mais capaz, com o melhor programa. Ter isto tudo junto, por si só, não é fácil. Aqui entram em jogo vários factores: se entreos candidatos algum tem experiência autárquica e/ou executiva, se temexperiência política ou outra qualquer, se o actual presidente, da autarquiaem questão se recandidata, logo interessa saber se o seu trabalho merece serreconhecido com nova eleição ou censurado com a voto depositado noutro. É pois o trabalho autárquico e as propostas para um determinado município que estão em causa.
Não há lugar a qualquer espécie de leitura nacional e distrital a fazer?
Apesar de tudo o que disse, algumas existem!Tendo em conta, a forma como são escolhidos os candidatos às eleições locais(e às outras), isto é, escolhidos (ou pelo menos tolerados) pelos dirigentesnacionais dos diversos partidos, ouvidas as organizações regionais dos mesmose também as locais (nem sempre ouvidas… umas vezes bem outras não!), não sãosó os candidatos que vencem ou perdem, também quem os escolheu (com base emque critérios) terá de ser premiado ou responsabilizado pelos resultados.
Na minha opinião, é sobre este aspecto e apenas sobre este aspecto que resideuma análise para além da local.
A abstenção é a arma dos desistentes.
Não está bem informado? Informe-se.
Um voto não decide! Dizem.
Não!? Por quantos votos se venceram as últimas eleições em Idanha-a-Nova? Quantosvotos separaram as três primeiras listas nas últimas eleições na Sertã? Em Cantanhede, houve empate entre as duas listas mais votadas numas eleições! Porquantos votos Mário Soares derrotou Freitas do Amaral em 1986? Por quantos votos Santana Lopes venceu João Soares em Lisboa? Por quantos votos perdeu o Sim para o Não, no Referendo sobre a IVG, “aborto”? São apenas alguns exemplos…
O voto é a arma de quem acredita que o seu voto decide, que o seu voto podecontribuir para chegar a uma escolha melhor dos nossos representantespolíticos, de quem não tem medo de se dar bem… ou de se responsabilizar, severificar que afinal as escolhas não foram as melhores (porque por mais beminformados que pensamos estar, não temos as cartas todas na mão, só temosalguns dados).

Luís Norberto Lourenço
(Eleitor n.º 15833 da Freguesia de Castelo Branco)
P.S.
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