terça-feira, junho 20, 2017

Incêndios... e o Verão (oficialmente) ainda nem começou...*

A área florestada em Portugal é 35,4% ou seja 3.2 milhões de hectares, registando entre 2005 e 2010 um decréscimo de 57 mil hectares. 
Portugal possui uma das maiores áreas florestadas da Europa.
Para área ardida em Portugal, consultar
Como a "dança da chuva" não resolve o problema e rezar para que chova tampouco... tomar medidas é necessário... a receita é fácil, muitos a conhecem e a defendem, falta "aviar receita" e tomar responsavelmente a "medicação"... 

Fonte:  
https://andradetalis.files.wordpress.com/2014/10/c3a1gua-c3adndio.jpg

1) prioridade orçamental na prevenção e não no combate aos fogos, 80% é gasto no combate, ler aqui;
2) colocar presos (já julgados), desempregados (a receber subsídio), bem como quem recebe o Rendimento Mínimo Garantido e Rendimento Social de Inserção da Segurança Social a limpar as florestas, formando-os para isso e promover o emprego nesta área, por exemplo, que esta formação dada seja uma porta aberta a estas pessoas para futuramente trabalharem nesta área;
3) pôr militares em tarefas de vigilância e promover o emprego nesta área;
4) combater a monocultura (seja de pinheiro ou seja de eucalipto), por muito que possa render numa determinada conjuntura, é sempre desanconselhável, pela dependência que cria (mais);
5) reverter a "eucaliptização" de Portugal, encontrando alternativas para a mesma;
6) aumentar as penas para os incendiários (sobre este assunto, ler aqui); 
7) pensar numa reforma agrária, numa redistribuição das muitas terras abandonadas (isto é parte do problema) em Portugal (vendam-se umas, arrendem-se outras, organizem-se cooperativas agrícolas, expropriem-se se necessário for) e evitando que se especule com essas terras; 
8) criar mais corta-fogos nas nossas florestas, tal como há zonas de proteção ao longo das nossas auto-estradas, deveria acontecer o mesmo em todas as estradas, sobretudo em estradas mais pequenas, menos largas, em que mais facilmente o fogo atravessa a estrada, ainda para mais se não houver uma distância mínima entre as floresta dos dois lados da estrada, deve pois impedir-se que haja árvores mesmo até à beira da estrada nos dois sentidos da via; 
9) outros o disseram, não estou a inventar nada... num país que não está em guerra, nem se prevê que venha a estar a curto prazo e quanto ao combate ao terrorismo, com os poucos F16 e submarinos que Portugal tem pouco pode contribuir... "a guerra em Portugal" é a defesa da sua floresta, defender este importantíssimo recurso natural e económico, não temos porque nos preocupar em cumprir com os 2% do nosso orçamento de Estado para a defesa (a propósito da NATO...), um país com uma costa tão grande como Portugal e com a enorme ZEE que tem, nem com 7 ou 8 submarinos poder-se-ia proteger o país, melhor vender os submarinos e comprar hidroaviões, aviões e helicópteros para combater os fogos, o mesmo relativamente aos F16 (se só servem para escoltar o Papa numa visita... privada);
10) controlar a venda de madeira queimada (probir se necessário for);
11) reforçar os meios de combate aos fogos (incluindo melhorar a formação)... paracerá, mas não é uma contradição com o que comecei por dizer, certamente ainda há muito a fazer neste campo;
12) castigar, criminalizando, de forma pesada os imbecis que se plantam nas estradas ou fora delas, para assistir (?) aos incêndios, provocando congestionamento do trâfego e prejudicando as operacoes no terreno, multando, prendendo e colocá-los a limpar as florestas. Haverá quem discorde desta medida!?

Fonte: http://www.publico.pt/
Perguntas:
Há bombeiros militares espanhóis (http://www.ume.mde.es/) a ajudar ao combate aos fogos em Portugal. O que existe em Portugal?
A Bolsa Nacional de Terras funciona?
Quantos hidroaviões há em Portugal? Há bases? Onde? (ler aqui)
Para conhecer o ponto da situação do combate aos incêndios em Portugal, vejam a página da ANPP
Não sou especialista em Proteção Civil, nem pretendo ser (os meus interesses profissionais e académicos são outros), nem preciso, escrevo como cidadão (informado), no entanto estas medidas são óbvias, defendidas por muitos, há muito tempo. 
Que os 64 mortos e os mais de 100 feridos dos incêndios em Portugal este ano sejam homeageados mudando de políticas, JÁ.

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domingo, junho 11, 2017

Legislativas francesas, sondagens dão vitória na primeira volta a "La Republique en Marche", coligada com o MoDem

As sondagens à boca das urnas dão vitória, na primeira volta das legislativas francesas, com maioria absoluta à coligação do partido presidencial A República em Marcha (criado por Emmanuel Macron) com o MoDem:
32,2 % La République en marche - MoDem 
21,5 % Les Républicains et alliés 
14 % Front national 
11 % La France insoumise 
10,2 % Parti socialiste et alliés 
3,3 % Autres 
3 % Parti communiste français
3 % Europe Ecologie - les Verts
1 % Debout la France
0,8 % Extrême gauche
Fonte, aqui.

Uma má notícia é abstenção. Superando os 50% dos votos, a mais alta da 5.ª República.

Siga aqui a contagem dos votos em directo.

Mais, aqui.

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sábado, maio 20, 2017

O sistema político português: comentários*

Comentário à entrevista, transcrita quase integralmente, a Manuel Braga da Cruz sobre o seu livro "O sistema político português", publicada aqui

Comentários meus a negrito e entre [].
O professor de Política Comparada da Universidade Católica vai lançar um ensaio sobre a reforma do sistema político, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, em que defende o desmembramento do Parlamento em duas câmaras com eleições mistas - uma parte por sistema maioritário (uninominal) e outra por sistema proporcional, em ambas as câmaras - o fim da eleição directa do Presidente da República e a quase impossibilidade de dissolver o Parlamento ou demitir o Governo. 
Diagnostica o risco de esgotamento do sistema político português? Que sintomas vê?
É manifesto um certo afastamento dos cidadãos em relação à vida política, alguma perda de confiança nas instituições políticas – há muitos estudos de opinião que o confirmam. Mas há também indicadores objectivos, como o aumento da abstenção, muito acima do que é normal em democracias consolidadas. Mas há mais: um certo fechamento e oligarquização dos partidos políticos. O recrutamento que os partidos estão a fazer não é o dos mais qualificados. Por outro lado, temos uma ancoragem cada vez mais forte dos partidos ao Estado por via do financiamento e um distanciamento progressivo à sociedade civil. No sistema governativo, temos sinais insistentes de tensões entre os órgãos de governo que impedem a boa governabilidade do sistema e suscitam frustrações. Passaram 40 anos [sobre a aprovação da Constituição... a dos EUA tem mais de 200 anos e não parece haver problema...], não estou a dizer que o sistema funcionou mal [pois, sendo assim...], mas há sinais de deterioração, de perda de qualidade e é natural que se pergunte [Quem se pergunta!?] em que é que pode melhorar. As crises antecipam-se e, se não formos capazes de atempadamente resolver os problemas que vão surgindo, corremos o risco de não ser capazes de evitar rupturas indesejáveis. 
Considera que “a representação proporcional é propícia à formação de governos minoritários e isso não estimula uma cultura de negociação e coligação”. Não é uma contradição nos termos? Parece acontecer o contrário...
Eu não atribuo a dificuldade de realização de consensos ao sistema proporcional, pelo contrário, ele favorece a consociatividade. A dificuldade de obtenção de consensos não está no sistema eleitoral. O que este provoca é, por um lado, o afastamento do cidadão do eleito – porque se votam listas de deputados escolhidos pelos partidos. Falta a pessoalização do voto [Não abriría a porta ao populismo!?], que é uma exigência crescente no sistema português. Por outro lado, o sistema eleitoral não favorece a governabilidade [Refere-se a Portugal!? Mas, tivemos 5 maiorias absolutas, 3 de um só partido, 2 em coligação, desde o 25 de Abril!!!]. Defendo um sistema misto, muito semelhante ao alemão [Quantos governos na Alemanha tiveram maioria absoluta de um só partido!?]
Quer explicar como é? 
Um sistema de círculos uninominais locais para metade do Parlamento [o que iria diminuir a proporcionalidade e a representatividade, pelo que sou contra] com eleição maioritária e um círculo nacional com voto de lista em eleição proporcional para a outra metade. Isso teria a vantagem de melhorar a proporcionalidade [Então, mas a proporcionalidade não é má!?], porque esta varia na razão da magnitude das circunscrições. Onde se obtém a melhor e a máxima proporcionalidade é num círculo nacional. 
Mas limita essa proporcionalidade à cláusula barreira de 3%, o que teria impedido, por exemplo, o Bloco de Esquerda de chegar ao Parlamento em 1999 (entrou com 2,4%), assim como o PAN (1,4%). Isso seria bom?
Não é necessariamente bom do ponto de vista representativo que haja uma grande proliferação de formações partidárias [Proliferação!? Na Assembleia da República!? Com 7 partidos representados, sem existir os tais 3%... Acha muito? Apesar da Grécia ter o mínimo de 3% e os extra 50 deputados para a lista mais votada, ainda assim entraram 7 partidos no Parlamento. O Parlamento alemão tem 5 partidos, mesmo com a barreira dos 5%, o Parlamento russo também tem a barreira dos 5% e tem 6 partidos, o francês 13, mesmo com os 5%, ou 15 na Bélgica...  Falasse da Espanha, da Itália, da Bélgica, da França e de muitos outros países e teria razão...]. A cláusula-barreira é uma forma de reduzir o excessivo fraccionamento do sistema de representação. [está demonstrado que não funciona] Precisamos de um sistema que equilibre representatividade com governabilidade sem excesso [chama-se DEMOCRACIA] de distribuição do voto. O sistema eleitoral deve favorecer soluções governativas. 
Afirma que a actual solução governativa “ao contribuir para um aumento de polarização do sistema político e da sua extremação, pode comprometer o crescimento” económico. Mas está a acontecer o contrário. Não acha que a acomodação do BE e do PCP no “arco da governação” reduz os extremismos?
O que quis sublinhar é que há forças políticas para as quais o crescimento económico não é uma prioridade, privilegiam outros objectivos. Em países com uma situação económico-financeira como o nosso, o crescimento é uma prioridade extraordinária, porque sem isso não podemos resolver o maior problema, que é a dívida. As soluções políticas devem satisfazer os grandes objectivos nacionais. [Isso bem explicadinho aos eleitores e o eleitorado fará essa leitura dos " objectivos nacionais"...]
Diz que foi instituído um semipresidencialismo do primeiro-ministro que tornou inoperantes os poderes presidenciais. Acha que o actual Presidente tem alterado esta situação no sentido de dar mais consistência aos seus poderes de influência, orientação, fiscalização e cooperação? 
Deixe-me clarificar: a fórmula presidencialismo do primeiro-ministro é uma ideia de Adriano Moreira durante as maiorias do PSD com Cavaco Silva. Na actual situação, eu acho que o Presidente da República não tem desrespeitado os seus poderes, tem-se mantido no estrito cumprimento dos seus poderes. Tem, sim, procurado reforçar o seu poder de influência através da proximidade com as pessoas. Mas não o tenho visto intrometer-se em domínios que não são os seus. Não havendo uma maioria absoluta, é evidente que o poder real do Presidente emerge. 
Propõe que se regresse ao modelo das duas câmaras, prevendo uma câmara alta com cerca de 1/3 dos actuais deputados do Parlamento e alguns lugares para inerências e nomeação presidencial. [Voltámos ao séc. XIX, a um sistema de inspiração monárquico e conservador!? Em que havia deputados não eleitos para garantir o que se puedesse do poder do clero e da nobreza!?] Porquê?
A nossa tradição é bicameralista. À excepção do Vintismo [BONS TEMPOS], sempre tivemos câmara alta, até à revisão constitucional de 1982 – até aí, o Conselho da Revolução desempenhava esse papel. O que fundamentalmente recomenda uma câmara alta seria uma maior qualificação legislativa [Como? Com exame de admissão a deputado!?], um controle parlamentar mais cuidado e poderia favorecer uma maior profissionalização da função parlamentar. Aliás, nós temos senadores - o que não temos é Senado -, e muito activos, a emitirem opiniões, a serem ouvidos pelos media, que estão disseminados e que poderiamos reunir com proveito para o sistema. [O Senado justifica-se em sistemas federais, onde os estados estão representados de forma igualitária no Senado, como contrapeso aos estados mais populosos que elegem mais deputados] 
Isso não retiraria funções ao Conselho de Estado, ao Tribunal Constitucional (TC) e até ao Presidente da República?
Isso não teria implicações nos poderes dos outros órgãos. Eu defendo até que o Conselho de Estado deveria ser reforçado nas suas competências. Existem Conselhos de Estado fortes na Europa em sistemas bicameralistas. [E são fraquinhos quando só há uma câmara?] E também não tinha de se beliscar [cá para mim quer mais que beliscar...] o TC. Aqui, o problema é outro: é a sua excessiva politização, sobretudo em termos de composição. Ganhava em ser um órgão mais independente do Parlamento e dos partidos, com mecanismos de designação como os demais tribunais. 
O modelo que propõe acaba com a eleição directa e universal do Presidente, impede-o de dissolver a Assembleia da República e impede esta de aprovar moções de censura sem ter um Governo alternativo, o que praticamente inviabiliza a dissolução do Parlamento…
Não. Por partes, porque a proposta é complexa. Em primeiro lugar, questiono se ainda faz sentido a eleição directa do Presidente. [Retiraría peso, legitimidade democrática ao cargo do PR, em países como a Alemanha ou a Itália, com o fim do nazismo e do fascismo, quis-se retirar importância ao PR, elegendo-o de forma indirecta para não. dar muito poder a um só eleito...] Foi uma decisão conjuntural que teve muito a ver com a necessidade de dotar de legitimidade democrática o vencedor do 25 de Novembro e civilizar a democracia [Agora que está civilizada, regresse a barbárie?]. Hoje a conjuntura é diferente e a eleição por sufrágio directo e universal, com campanhas em que se discutem modelos para o país, passa a ideia de que os presidentes vão resolver os problemas do país, quando o Presidente não governa [E tem procurado passar uma ideia diferente!?]. Além disso, há uma disparidade entre os poderes e a legitimidade do Presidente. Assim como não é bom ter poderes não legitimados, também não é bom ter uma legitimidade que não pode ser executada. Assim, ou presidencializamos ou parlamentarizamos o sistema. Eu sou favorável a uma maior parlamentarização. 
No actual sistema, é o voto universal que dá ao Presidente a legitimidade da dissolução da Assembleia. Com o modelo que propõe, esse poder desaparece? 
Não, o Presidente pode continuar a ter esse poder tendo uma legitimidade indirecta. Eu não proponho retirar esse poder ao Presidente, mas condicioná-lo à existência de outro governo. Pode haver governos minoritários… [contradizendo tudo o que tem afirmado, pondo a tónica na governbilidade, mau... organize as ideias]
Sem o poder de autodissolução e condicionando o Presidente a um novo governo, em que condições poderia haver a dissolução do Parlamento? 
Sempre que não houver maiorias de suporte desse Governo. A minha proposta não é inviabilizar, é condicionar o poder de dissolução, que hoje é pouco condicionado. 
Num tempo em que os cidadãos reivindicam mais participação na democracia, esta prioridade que dá à governabilidade não entra em confronto com as expectativas dos eleitores?
Penso que não. A democracia é um regime de mandatos. O que se pede de um Governo é que governe, tendo nós em democracia a possibilidade de, depois, pedir contas a esse Governo e de o julgar em eleições. O que se pede é que o Governo tenha força suficiente para impor o interesse público e o bem comum aos interesses particulares. As democracias mais consolidadas do mundo não têm governos derrubados a meio das legislaturas. 
Nos últimos 30 dos 41 anos desta Constituição temos mais governos que cumprem a legislatura do que derrubados no Parlamento... 
É, mas não quer dizer que não haja uma instabilidade provocada por forças políticas visando ou procurando levar o Presidente da República à dissolução ou à demissão. A possibilidade, este não condicionamento suficiente do poder de dissolução ou de demissão, é fomentadora da instabilidade política e dificulta a acção governativa. 
Qual seria a válvula de segurança de um sistema assim? 
A grande válvula de escape em democracia são as eleições periódicas: a possibilidade de os cidadãos julgarem quem governou e fazerem escolhas livres e periódicas. Tem de haver respeito pelos mandatos parlamentares. 
Este modelo que preconiza não é demasiado semelhante ao do Estado Novo? [Esta doeu...] 

Não, de todo. No Estado Novo tínhamos um sistema maioritário de lista, não tínhamos um sistema misto. É completamente diferente. [Existia um só partido legalizado, não havia eleições livres, as mulher não votavam... detalhes, detalhes] O sistema maioritário que eu defendo parcialmente no sistema misto é um sistema uninominal. O sistema de lista será para o círculo nacional, o que aumenta a proporcionalidade.
Eu referia-me ao modelo de duas câmaras, eleição indirecta do Presidente e reforço da governabilidade. (o Presidente na Grécia, entre outros países, é eleito de forma indirecta, não melhora a governabilidade por esse facto...)
A minha proposta não é uma política [bem me parecia, é muito  inconsistente], é um contributo académico para o debate. Eu estudo o sistema político há vários anos e considero que há melhorias a fazer, mas não tenho uma proposta fechada. São algumas ideias que merecem reflexão e que precisam de ser [muito] aprofundadas. 
O que pensa da proposta feita pelo líder parlamentar do PSD de atribuir mais 20 mandatos parlamentares ao partido mais votado nas eleições, em nome da governabilidade?
Essa é uma solução técnica que resolve o problema da governabilidade [Ai, sim? Na Grécia são 50 deputados e o problema da governabilidade não se resolveu, nem com um "prémio" de 50 deputados a mais garantiram governos de maioria absoluta...], mas não resolve os outros. A minha preocupação é favorecer equilibradamente as grandes questões do sistema actual. O que acho é que os partidos discutem muito entre eles e têm grandes clivagens, não chegando a um consenso.  
Uma reforma destas exigiria uma revisão constitucional, senão mesmo uma nova Constituição [Nesta parte a direita portuguesa suspira....]. Acha que há condições para isso? 
Nós continuamos muito limitados pelo quadro constitucional, que foi construído sob grande pressão. Já lá vão 43 anos do 25 de Abril, é tempo de mudar. Mas não sou defensor de uma ruptura constitucional, defendo uma reforma atempada. Quanto mais cedo a fizermos, mais podemos antecipar problemas e melhorar um regime que aprecio e estimo. O meu medo é esse: todos sentimos que há uma perda de qualidade da nossa representação, há cada vez mais gente a dizer que não se sente representado no Parlamento. Há o risco de um certo apodrecimento do regime. Há um grande consenso de que é preciso mudar, mas nem todos pensam no mesmo sentido. Mas o que mais me preocupa é não haver entendimento entre os dois maiores partidos. [Se é para isto, ainda bem...]
[Nem uma palavra sobre a regionalização... ] 
[Nem uma palavra sobre a limitação de mandatos... ]
[Nem uma palavra sobre o estatuto dos independentes, o qual deveria ser clarificado...] 

*Comentários por Luís Norberto Lourenço 

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domingo, maio 07, 2017

E. Macron bate M. Le Pen: Eleições presidenciais francesas 2017 (sondagens à boca das urnas)

Macron bate Le Pen, 
travando a extrema-direita, 
segundo as sondagens à boca das urnas 
65,50% contra 34,50%.

Emmanuel Macron será o novo Presidente da França. (ver aqui)

O candidato centrista Emmanuel Macron, o qual contou com o apoio na segunda volta dos candidatos vencidos na primeira volta: François Fillon (direita) e de Benoît Hamon (socialista, PSF), venceu a candidata da extrema-direita e líder da FN, Marine Le Pen, a qual além do apoio da FN, contou com o apoio de parte da direita, com o apoio dum canditato derrotado na primeira volta, Nicolas Dupont-Aignan. E para tirar lições o NIM do esquerdista Jean-Luc Mélenchon...

Que a candidata da FN tenha cativado mais 13% dos votos face à primeira volta, agora 34, face os 21... passando dos 7 aos 11 milhões dos votos é muito preocupante, nao tanto por estas presidenciais, mas pensando nas próximas eleições legislativas, já que representa a confirmação do crescimento sustentado da extrema-direita francesa, depois das últimas europeias, em especial tendo em conta que o candidato vencedor, fundou um movimento com finalidade presidencial, mas ainda não é um partido e dificilmente ganhará as legislativas, neste momento, como partido a FN é o partido mais forte, só o sistema eleitoral francês pode impedir uma grande vitória da FN, pela existência do voto maioritário, ora o apelo de uma frente anti-FN nas segundas voltas em França tem resultado, mas os tempos mudaram e esse apelo já não funciona da mesma forma, se os partidos democratas, se os velhos partidos, sejam de esquerda, direita ou centristas, não fazem grandes coligações pré-eleitorias, à esquerda e à direita, para evitar o "fenómeno" FN, espera-se o pior... e se o agora novo presidente eleito, não souber liderar desde o Eliseu uma forte aliança que apoie o seu programa, terá vida muito complicada...

Sobem os votos nulos, os votos em branco, os quais juntos chegaram a mais de 15% dos votos nalguns departamentos... e a abstenção também.

Ver aqui os resultados.

Um sinal a ser lido:
http://www.tsf.pt/internacional/interior/numero-recorde-de-votos-brancos-e-nulos-em-franca-7584615.html 

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sábado, janeiro 07, 2017

Mario Soares (1924-2017): socialista, republicano e laico



Mário Alberto Nobre Lopes Soares 

(Lisboa, 7 de dezembro de 1924 – Lisboa, 7 de janeiro de 2017)


Morreu esta tarde, em Lisboa, Mário Soares.

Foi professor, político, escritor e advogado.

Mário Soares foi um dos mais importantes lutadores contra a ditadura do Estado Novo (1933-1974) em Portugal, tendo sido preso várias vezes, tendo casado na prisão.

Autor de vários livros, entre eles “Portugal Amordaçado: depoimentos sobre os anos do fascimo" (1974). Mas o original foi publicado em francês em 1972, na França, para fugir à censura em Portugal, com o título "Portugal Bailloné: Un Témoignage" traduzido para inglês, italiano, alemão, espanhol, grego e chinês; 
Outros livros: "As ideias políticas e sociais de Teófilo Braga" (1950), "Escritos políticos" [CENSURADO] (1969); Caminho difícil: do salazarismo ao caetanismo (1973); Escritos do exílio (1975); Democratização e descolonização (1975); Portugal: quelle révolution? Entretiens avec Dominique Pouchin, Calman-Lévy (1976); A Europa connosco (1976); O futuro será o socialismo democrático (1979); A árvore e a floresta (1985); Intervenções, dez volumes que reúnem os seus principais discursos e intervenções públicas enquanto Presidente da República (1986-1996); O mundo em português, um diálogo, conversas entre Mário Soares e Fernando Henrique Cardoso (1998); Português e europeu (2000); Porto Alegre e Nova Iorque: um mundo dividido? (2002); Memória viva (2003); Incursões literárias (2003); Um mundo inquietante (2003); A crise. E agora? (2005); O que falta dizer (2005); Um mundo em mudança (2009); O elogio da política (2009); Em luta por um mundo melhor (2010); e Um político assume-se: ensaio autobiográfico, político e ideológico (2011).

Foi Secretátio-Geral do Partido Socialista entre 1973 e 1996.
Foi Vice-Presidente da Internacional Socialista (IS), eleito em 1976 e depois sucessivamente reeleito até ser nomeado Presidente Honorário em 1986.
Foi por três vezes Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal (1974-1975).
Foi três vezes primeiro-ministro (1976-1978 e 1978-1978 e 1983-1985).
Foi duas vezes Presidente da República (1986-1991 e 1991-1996)
Foi eleito deputado à Assembleia da República.
Foi eleito deputado ao Parlamento Europeu, liderando a lista vitoriosa do Partido Socialista em 1999.

Foi um dos fundadodores do PS no exílio na RFA, em 1973.
Assinou a adesão de Portugal à CEE (actual UE), em 1985.

Mário Soares esteve presentes em três momentos importantes da História Contemporânea de Portugal, no combate ao Estado Novo, ao ser fundamental para consolidar uma democracia pluralista em Portugal nos tempos do PREC e nos anos que se seguiram e pela defesa e assinatura da adesão de Portugal à CEE, hoje União Europeia.

A página da Fundação Mário Soares.
Sobre Mário Soares, na página da Presidência de República.

Um debate para a História...

OBRIGADO, MÁRIO SOARES.

Algumas notícias sobre a sua morte...
http://visao.sapo.pt/actualidade/portugal/2017-01-07-Mario-Soares-em-dez-capitulos 
http://www.repubblica.it/esteri/2017/01/07/news/e_morto_mario_soares_portogallo_in_lutto-155579140/?ref=HREC1-9
http://internacional.elpais.com/internacional/2017/01/07/actualidad/1483804308_975289.html
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/01/1847921-morre-aos-92-mario-soares-ex-presidente-de-portugal.shtml
http://www.lemonde.fr/disparitions/article/2017/01/07/mario-soares-le-pere-de-la-democratie-portugaise-est-mort_5059321_3382.html
http://www.jn.pt/nacional/interior/morreu-mario-soares-2992712.html
http://www.dn.pt/portugal/perfil/interior/mario-soares-morreu-o-primeiro-presidente-de-todos-os-portugueses-5549627.html
http://www.tsf.pt/multimedia/video/tsf/interior/mario-soares-1924---2017-5552476.html
https://www.publico.pt/2017/01/07/politica/noticia/morreu-mario-soares-adeus-a-um-portugues-maior-1756035
http://www.rtp.pt/noticias/pais/morreu-mario-soares_e972592
http://expresso.sapo.pt/sociedade/2017-01-07-Morreu-Mario-Soares-que-nao-acreditava-na-eternidade-mas-fica-na-Historia
http://rr.sapo.pt/noticia/71825/morreu_mario_soares 
http://www.europapress.es/internacional/noticia-apoyo-cronica-portugal-mario-soares-socialista-republicano-laico-20060121113823.html
http://sicnoticias.sapo.pt/especiais/mario-soares/2017-01-07-Morreu-Mario-Soares 
http://www.bbc.com/news/world-europe-38542535 

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sábado, outubro 15, 2016

Morelia, Michoacán, México

Palavras para quê!?

As ruas da capital michoacana ficaram hoje assim... 
Morelia, Cidade Património da Humanidade.





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domingo, junho 26, 2016

Eleições legislativas espanholas 2016: resultados em directo

Sigam aqui os resultados em directo das eleições legislativas espanholas desde domingo. 
Segundo as sondagens à boca de urna, há duas possíveis maiorias de deputados, PP com PSOE ou Unidos Podemos com PSOE.

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