Revolução dos Cravos: 32 anos depois

"E depois do adeus" um Portugal Velho deu lugar a um Portugal Novo, do Poder cairam os que viraram as costas ao "Povo que é quem mais ordena"... mesmo que muitas vezes se esqueça e meta a cidadania na gaveta (onde está o Socialismo).

Este ano as comemorações do 25 de Abril de 1974, contados que estão 32 anos, ficam assinaladas por uma iniciativa cultural, cívica e editorial louvável, com uma edição da Constituição da República Portuguesa de 1976, actualizada com todas as revisões constitucionais, pelo jornal oficial do PCP, o "Avante".

Louvável pela iniciativa em si e pelo preço do livro, apenas 2€ (não se consegue comprar nenhuma edição actualizada da CRP por menos de 5€).

A democratização também se faz através do preço acessível aos bens culturais.

Não pode o cidadão alegar desconhecimento da Lei!

Como se até este mês de Abril de 2006 não era possível aceder gratuitamente ao Diário da República (edição electrónica)! E quem tem posses para pagar uma assinatura do DR, seja em versão papel, seja em versão electrónica.

Os espaços públicos onde se pode consultar e fotocopiar o DR não são tantos como isso, muitas vezes há atrasos de dias, aparecem-nos pela frente alguns funcionários com cara de poucos amigos e nem sempre as fotocópias são baratas.

Um conjunto de perguntas todas elas relacionadas:

Quantos cidadãos portugueses já leram ou consultaram, compraram ou pediram emprestado um exemplar da CRP? A Constituição é só a lei fundamental do país, não podendo qualquer proposta legislativa ir contra ela.

Quantos militantes de partidos conhecem os estatutos do mesmo? Deram-lhe um exemplar no acto da inscrição? Ele pediu algum?

Quantos sócios duma qualquer colectividade conhecem os estatutos da qual são sócios?

Obrigado Abril.

Vamos cumprir-te!

Luís Norberto Lourenço