terça-feira, setembro 13, 2005

A caminho do sucídio presidencial da esquerda? (I)

Uma das diferenças entre a esquerda e a direita, em Portugal, é a postura estratégica face à tomada do poder.
A lição de poder da direita é unir-se contra a esquerda.
A esquerda, falando do papão da direita, divide-se, achando que só o seu candidato pode derrotar o da direita e não se entendem!
Ficarão satisfeitos por serem os melhores da esquerda, entretanto o da direita, sem adversários na sua área política vai-se divertindo, com a repetição do cenário das presidenciais de 1986, esperando desta vez - Cavaco Silva - não perder por por um punhado de votos para Mário Soares.
Vamos por partes:
1) Todos os cidadãos são livres, no respeito pela Constituição da República, de se poderem candidatar a Presidente da República, tendo esse direito e podendo ter essa aspiração legítima; 2) Qualquer potencial candidato deve posicionar-se face aos outros, neste caso importando pensar nas reais hipóteses de eleição e se a sua candidatura não ajuda a dividir votos que juntos darião a eleição a outro candiadato da sua área política mais forte, impedindo, por consequência, a eleição daquele que teoricamente todos querem ver derrotado, mas que na prática, pela divisão do seu campo político, ajudarão a eleger!
Sejamos claros, Mário Soares é o melhor candidato, tem mais experiência que nenhum outro e pretígio internacional, não precisando de provar nada. Ex-Presidente da República, ex-Primeiro-ministro, ex-Ministro, ex-Deputado na AR, ex-Deputado do Parlamento Europeu, ex-Scretário-Geral do Partido Socialista, o qual fundou...
Uma sugestão: que tal umas eleições "primárias" ao nível da esquerda, ou pelo menos, do PS, em que podessem votar todos os militantes (voto: directo, universal e secreto)?
Os candidatos:
Mário Soares (apoio do PS)
Manuel Alegre (candidato? militante do PS, sem apoios partidários)
Carmelinda Pereira (apoio do POUS)
Francisco Louçã (apoio do BE)
Jerónimo de Sousa (apio da CDU)
Garcia Pereira (PCTP/MRPP)
Cavaco Silva (mais do que provavel candidato, com o apoio do PSD e do PP)
Só à esquerda temos 6 hipotéticos candidatos, 5 deles certos.
Bem, à direita é mais do que certo que só existirá um!
Lembrem-se das últimas presidenciais em França: três candidatos à direita e mais do dobro à esquerda, só os trotsquistas "conseguiram" apresentar dois! Lionel Jospin, devido à divisão da esquerda ficou em 3.º lugar, ficando pela 1.ª volta, à segunda passaram dois candidatos da direita, Chirac e Le Pen.
Resultado: as pequenas formações de esquerda que não queriam votar no socilaista Jospin e queriam "medir forças", ajudaram à sua derrota, na segunda viram-se obrigados a ter de escolher entre dois candidatos de direita: um de direita e outro de extrema-direita. Pior a emenda que o soneto: "não querendo engolir um sapo (Jospin), engoliram um elefante (Chirac)".
Luís Norberto Lourenço

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