quinta-feira, abril 14, 2005

Era uma vez uma revolução que perdeu o “r”

Era uma vez um país, onde Abril abriu as portas que muitos ainda hoje gostariamde ver fechadas, nesse país à beira-mar plantado, aquele da ocidental praialusitana, do pai tirano que caiu da cadeira…
As cabeças pensantes da direita no Governo (2004) redescobriram a “ciência do corte”,risca-se uma letra e muda tudo! “Abril é Evolução”, dizia a campanha publicitáriado Governo PSD/PP. Eis que, para matar a Constituição da República Portuguesa e logo o 25 deAbril, é necessário tentar diminuir a importância da Revolução dos Cravos,fazendo esquecer a importância da ruptura, para que se pense que com o “25 deAbril” ou sem ele, estaríamos onde estamos hoje, em Democracia, comimperfeições como todas, mas em Democracia. Antes uma Democracia imperfeita doque uma perfeita Ditadura.
Naquela manhã clara, não foi a Revolução que matou, foi a Reacção, pela mãoda PIDE/DGS, quatro cidadãos desarmados e mais quarenta feridos… as últimas vítimas do Estado Novo que caiu sem luta tão podre que estava.
As bandarilhas de esperança afugentaram a fera e a coligação revisionista e passadista já era, nem os capitalistas, nem os fadistas, nem as batinas lhes valeram!
Jovens capitães tendo ao seu lado a população e as espingardas a dispararem cravos correram com os vampiros para o Brasil e deram muito trabalho aos alfaiates que muita casaca viraram.

Luís Norberto Lourenço
Castelo Branco, Abril/2005

Publicado no "Notícias da Covilhã", 22/04/2005.

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